COMUNICADO
ICMBIO se manifesta pela incompatibilidade do Projeto Apolo da Vale em relação ao Parque Nacional da Serra do Gandarela
O Instituto Chico Mendes de Proteção da Biodiversidade (ICMBio) encaminhou no último dia 12 à Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) ofício no qual se manifesta pela incompatibilidade do Projeto Apolo (Vale) com o Parque Nacional da Serra da Gandarela, em resposta à solicitação de Autorização para o Licenciamento Ambiental desse empreendimento pretendido na Zona de Amortecimento da Unidade de Conservação de proteção integral. Isso implica na impossibilidade de prosseguir o licenciamento ambiental.
O documento, assinado pelo Diretor do ICMBio Marcelo Marcelino de Oliveira e dirigido a Fernando Baliani da Silva, Diretor de Gestão Regional da FEAM, menciona as razões da incompatibilidade, entre elas impactos sísmicos e ruídos, poluição atmosférica e das águas superficiais, risco de poluição dos atrativos do Parque Nacional e o fato do Estudo de Impacto Ambiental apresentar lacunas nas metodologias, nos modelos numéricos e na representação dos fenômenos naturais apresentados, principalmente meios físico e biótico.
Foi dado destaque à diminuição da disponibilidade hídrica subterrânea pelo rebaixamento do lençol freático que impactará diretamente sub-bacias hidrográficas, principalmente o ribeirão do Prata, o ribeirão Preto e o córrego São João, a biodiversidade, como as espécies da flora e da fauna, e o patrimônio espeleológico do Parque Nacional, e afirma que “os impactos referentes a hidrogeologia desse empreendimento não são mitigáveis e afetam diretamente os atributos especialmente protegidos pela unidade de conservação de proteção integral”.
Para nós do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, que sempre reconhecemos o papel fundamental do ICMBio para garantir a integridade da Unidade de Conservação, essa manifestação já era esperada, visto que também nos debruçamos tecnicamente nos estudos apresentados pela Vale e, desde as audiências públicas realizadas em maio do ano passado, viemos denunciando os grandes impactos previstos ao Parque Nacional.
A Vale e/ou aliados provavelmente vão se movimentar para insistir na viabilidade do projeto Apolo e regularidade do processo, como já fez em todas as outras situações onde foi questionada, como nas ações civis públicas para garantir a preservação da paleotoca (Ministério Público Estadual e Federal) e para a nulidade das audiências públicas (Instituto Guaicuy).
Neste cenário, é possível que surjam novas campanhas de descredibilização contra o ICMBio e ambientalistas, direta ou indiretamente, como em 2010 quando foi divulgada a proposta inicial para o Parque Nacional, e nos dois últimos anos, quando tentaram colocar moradores contra a definição da Zona de Amortecimento, alardeando prejuízos que não ocorrem. Estaremos atentos, para denunciar e esclarecer, como fazemos sempre.
Temos certeza que todos os apoiadores, em 17 anos de luta para defender o Gandarela, se somam ao nosso regozijo com esta notícia. Agradecemos imensamente a cidadãos, ongs, coletivos e demais aliados, que nos últimos 4 anos incluem os mandatos das deputadas federais Duda Salabert e Célia Xacriabá, deputadas estaduais Ana Paula Siqueira, Beatriz Cerqueira e Bella Gonçalves, da vereadora de BH Iza Lourença, além da ex-deputada federal Áurea Carolina e o NOSSAS. A relevância da Serra do Gandarela e do Parque Nacional é inquestionável o que justifica o engajamento de 67.500 pessoas ao abaixo-assinado “SIM ao Parque Nacional e NÃO ao Projeto Apolo”, 17.600 seguidores no Instagram, 12.000 no Facebook e outras redes, 9.100 que enviaram email ao ICMBio na campanha “Chico, salve o Gandarela”, 720 que adquiriram o passaporte “Circuito Gandarela”, além de milhões de visualizações das postagens feitas no último ano.
Tal como no filme Avatar, é uma disputa entre a cobiça por lucros e a premente necessidade de preservar o Gandarela para garantir a sobrevivência, em especial por ser uma enorme reserva hídrica em tempos de crise climática e eventos extremos. Mas também garantir a prosperidade socioeconômica, porque é indubitável que o Parque Nacional da Serra do Gandarela, praticamente no quintal de Belo Horizonte, gerará em 29 anos muito mais do que os 780 empregos diretos previstos no Projeto Apolo e uma renda muito melhor dividida nos municípios do entorno, mantendo a qualidade natural imprescindível à vida e à saúde humana e de outros seres, inclusive das futuras gerações.
13/08/2025
A magnífica Serra do Gandarela fica no Brasil, no Estado de Minas Gerais, a 50 km de sua capital Belo Horizonte, e está seriamente ameaçada pela Vale S.A. e outras empresas de mineração.
É um lugar com beleza espetacular, milhares de nascentes, dezenas de cachoeiras, maior aquífero profundo intacto da região, águas de qualidade, segunda maior área contínua da “Mata Atlântica”, vegetação exuberante, riqueza de biodiversidade (fauna e flora endêmicas e em extinção), alta qualidade do ar, mais de cem cavernas, incluindo pelo menos uma paleotoca (utilizada por animais da megafauna pré-histórica, extinta há 10 mil anos) e um importante patrimônio cultural nas comunidades do entorno.
Defendemos sua proteção integral, que não está garantida pelo Parque Nacional criado em 2014, e por causa disso estamos lutando há 13 anos pela sua preservação.
A Paleotoca do Gandarela e a Vale – Entenda
No dia 25 de julho, o jornal Estadão publicou a matéria “Caverna escavada por preguiças pré-históricas é achada em Minas”, como se a descoberta fosse recente, seguida por outros veículos de imprensa e hoje (31 de julho) o Jornal Nacional divulgou matéria.
Em todas está claro que agora, quando a justiça recentemente determinou a proteção da paleotoca da Serra do Gandarela, a Vale não só quer ser a protagonista da proteção desse bem espeleológico e cultural muito valioso, como quer dizer como será a sua proteção. Numa das matérias é informada a proteção de 40 hectares.
No mapa abaixo está marcado um ponto da paleotoca (alfinete vermelho) e o que são 40 hectares ao seu redor (quadrado vermelho):
O que está marcado em branco é a Área Diretamente Afetada do Projeto Apolo que a Vale quer na Serra do Gandarela.
A Paleotoca está na área onde a Vale quer “cavar” a serra para extrair o minério de ferro.
E tem muito mais nessa história…
No Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto Apolo divulgado em outubro de 2009, quando tentou a primeira vez conseguir a licença para minerar, a Vale não disse que a AP-38 era uma paleotoca.
E no início desse ano, em fevereiro de 2009, a Vale tentou licença para minerar dois pontos na Serra do Gandarela, e um deles era precisamente na área onde está a paleotoca da Serra do Gandarela, começando por requerer ao Conselho Consultivo da APA SUL RMBH anuência prévia para o “Projeto de Lavra para Amostragem Mineral para Teste industrial” como justificativa para essa atividade.
Ou seja, se a licença tivesse sido concedida na ocasião (só não foi devido à atuação do nosso movimento e do MPMG) a Vale teria propositalmente destruído a Paleotoca da Serra do Gandarela, patrimônio de inegável valor científico e cultural, sem mais ninguém saber da sua existência. Afinal, os trabalhos de campo para elaboração do EIA de 2009 já tinham sido realizados e a Vale sabia da sua localização e relevância.
Vale ameaça novamente a Serra do Gandarela
A criminosa Vale, indiciada por 272 homicídios no rompimento em Brumadinho (2019), insiste em destruir a Serra do Gandarela. Quer começar os impactos do enorme Projeto Apolo sem o processo de licenciamento ter sido analisado.
No dia 19/10, entre o primeiro e segundo turno da eleição, a SEMAD publicou o edital, mas o processo não consta da relação do Estado. A nulidade do mesmo já foi requerida.
Minas Gerais é muito mais do que mineração. Mas empreendimentos predatórios seguem avançando sobre territórios de imensa importância socioambiental, marcados por modos de vida tradicionais e belezas naturais. Nesta série, você vai conhecer um pouco das riquezas da Serra da Gandarela e dos municípios do Serro e de Mário Campos, ameaçados por projetos minerários.
Os vídeos foram produzidos em uma articulação entre movimentos socioambientais e organizações da sociedade civil do estado, em parceria com o mandato da deputada federal Áurea Carolina.
Imagens: Carina Aparecida * Edição: Dani Senra * Drone: Marcos Cantanhede / Michel Bechelene
Música: Estrela da manhã (Renato Tupy / André Luís), por Tupy, Irene Bertachini e Tuí
#minasvalemais #minasgerais #mardelamanuncamais
Nesta Vídeo Aula Nº 01, a ambientalista Teca (Maria Teresa Corujo) fala do Quadrilátero Ferrífero-Aquífero em Minas Gerais (Brasil) e a Serra do Gandarela, única intacta de atividades minerarias, a partir de um mapa com as áreas impactadas pela mineração.
Assista e entenda a importância da Serra do Gandarela.
Foto da Serra do Gandarela fica em 2º lugar na etapa internacional do concurso “Wiki Loves Earth” da Wikipedia
A foto da Serra do Gandarela de Robson de Oliveira, fotógrafo profissional, morador do município de Raposos em Minas Gerais/Brasil e integrante do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, que no ano passado ganhou o concurso nacional da Wikpedia, ficou em segundo lugar na etapa internacional, que se chama “Wiki loves Earth” (Wiki ama a Terra), cujo resultado foi divulgado no último dia 19 de maio. Na publicação menciona o Parque Nacional da Serra do Gandarela, Unidade de Conservação criada em 2014 na região.
Veja essa foto e as demais no link:
https://wikilovesearth.org/posts/
Dia Mundial da Água 2022
Hoje, Dia Mundial da Água, é importante denunciar a insensatez e irresponsabilidade em relação a esse bem natural essencial à vida, alertar sobre o descompasso total na relação da humanidade com as águas e fazer um reconhecimento de gratidão aos povos que tratam a água como sagrada e preservam a natureza.
O ato “Salve as Águas da Serra do Gandarela” realizado no domingo (28) foi muito especial. Apesar da neblina e chuva no começo da manhã, cerca de 120 pessoas participaram, entre elas muitas crianças. O Projeto Apolo da Vale e os diversos e graves impactos locais e regionais previstos foram apresentados em mapas. Estar no mirante do Parque Nacional da Serra do Gandarela, lugar sagrado de vida, fortaleceu a certeza de que não faz o menor sentido ela vir a ser minerada, como a Vale quer.
Se junte a esta causa.
https://www.facebook.com/averdadesobreapolo
Instagram: @averdadesobreapolo
Ótima exposição do geólogo Paulo Rodrigues, professor e pesquisador do CDTN/CNEN, sobre os muitos impactos negativos que o Projeto Apolo, pretendido pela Vale na Serra do Gandarela, poderia causar à segurança hídrica de Caeté e de várias outras cidades da região.
https://www.facebook.com/averdadesobreapolo
Instagram: @averdadesobreapolo
28/11 (domingo) 🔊
Na Serra do Gandarela é dia do ato em defesa das águas, essenciais para Caeté, Raposos, Rio Acima, Santa Bárbara, Belo Horizonte, rio das Velhas e rio Piracicaba. 💦
❌ANOTE NA SUA AGENDA. PARTICIPE.
#vempraserradogandarela
ATENÇÃO
A maior e última caixa d´água intacta no Quadrilátero ESTÁ SOB AMEAÇA.
A Vale começou o processo de licenciamento da MINA APOLO para minerar a SERRA DO GANDARELA.
Sua voracidade não tem limites. Segue impune após assassinar 272 pessoas em Brumadinho, causa enorme sofrimento com suas barragens e insiste em destruir todas as nossas serras, águas e vidas.
Junte-se a esta causa.
GANDARELA: LUGAR ENCANTADO AMEAÇADO PELA VALE
Este vídeo foi feito por Lilian que ama a Serra do Gandarela e registrou em fotos e vídeos sua expedição em 2/4/2021, e cedido por ela ao Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela para ajudar na defesa deste lugar encantado ameaçado pela Vale.
Em março de 2021 a Vale iniciou junto ao Estado sua solicitação de licença para o projeto Apolo e em 4/9/2021 os documentos foram formalizados junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, mas até esta data ainda não está formalizado como processo de licenciamento.
Assim, esta doação da Lilian chegou em boa hora para ajudar na divulgação da nova tentativa da Vale de destruir a Serra do Gandarela, que vem tentando desde 2007 de diversas formas.
GRATIDÃO LILIAN!
Mesmo conhecedora da relevância ambiental, paisagística e, em especial, hídrica para os municípios do entorno (Caeté, Raposos, Rio Acima, Barão de Cocais e Santa Bárbara), para Belo Horizonte e sua Região Metropolitana e para os rios das Velhas (bacia do Rio São Francisco) e Rio Piracicaba (bacia do Rio Doce), a Vale insiste no seu projeto Apolo.
E, mesmo sabendo que seu projeto está no entorno imediato do Parque Nacional da Serra do Gandarela, cujos limites não são os que deveriam ser por intervenção da mineradora junto aos diversos poderes municipais, estaduais e federais (entre 2009 e 2014), a Vale omite em seus estudos sobre o projeto Apolo a magnitude dos impactos a essa Unidade de Conservação, tão importante para a RMBH (devido à sua proximidade) e para Minas Gerais.
Diante disso, seguimos na luta, como fazemos desde 2007.
Junte-se a nós!
Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
28/09/2021
Na Serra do Gandarela existem mais de 100 cavidades naturais e uma delas, bem no alto da serra, é uma paleotoca, que é uma toca cavada por animais da megafauna que viveram na Terra milhões de anos, depois do fim dos dinossauros, e estão extintos há cerca de 10 mil anos. Neste vídeo o Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela apresenta informações sobre a sua importância e as ameaças a esse patrimônio, em especial da mineradora Vale.
Clique na imagem e faça o download
A ameaça é a mesma há 13 anos: a cobiça, em especial da empresa Vale, em minerar a única serra intacta no Quadrilátero Aquífero-Ferrífero.